domingo, 4 de janeiro de 2009

Nova Coluna

A dependência de drogas é uma coisa muito triste, já que a pessoa que se torna dependente nunca mais se livra do vício. Ela pode ficar anos sem beber ou cheirar, pode até passar o resto da vida sem usar nada, mas ela nunca se cura do vício, ela controla o vício, e algumas vezes ela pode perder o controle e jogar fora anos de heróica abstinência. Isso é considerado uma doença, é lamentável, e os dependentes não podem ser tachados como sem-vergonhas que usam seu produto porque querem.

Pode parecer brincadeira de mal gosto o que vou escrever agora, mas não é. Eu também sou um dependente, e meu vício que me acompanha desde criança é o vídeo-game. Obviamente é um vício menos brutal, já que se trata de uma dependência psicológica, e não química, e traz menos prejuízos à saúde, mas ainda assim é um vício. Não tem gente que é viciada em jogo, tipo cassino, bingo? Então, eu sou viciado em jogos eletrônicos.

O problema é que este é um vício do qual não quero me livrar. Eu tento controlar, às vezes fico meses sem jogar nada, mas quando bate a crise de abstinência, fico semanas no vício. Sei que existem muitas desvantagens em ficar direto jogando vídeo-game e não fazer mais nada, já perdi muitas coisas na vida por causa disso, já deixei de curtir outras situações, deixei de sair, de ler, de estudar, de fazer algum esporte, em épocas brabas deixava até de ir visitar minhas namoradas pra ficar jogando, mas também considero que este vício me trouxe alguns benefícios intelectuais, pois muitos jogos apresentam informações úteis á formação de um jovem. Digamos que hoje controlo muito mais o vício porque já sou adulto e sei que há muitas coisas que quero fazer que seriam deixadas de lado se eu ficasse só nos jogos, e também há muitas que eu tenho que fazer de qualquer forma – trabalhar e arrumar a casa, por exemplo. Além disso, fiquei com um pouco de medo depois que foram divulgados vídeos no youtube de garotos que conseguem acertar 100% de músicas dificílimas no Guitar Hero – essse estágio de vício é realmente preocupante, se eu tiver um filho assim eu interno.

No momento estou completamente abstêmio, talvez por questões técnicas (minha placa de vídeo do computador e minha televisão estão queimadas), e posso continuar assim durante alguns meses. Mas o vício pode bater a qualquer momento, quando eu menos esperar, e de qualquer forma, o saudosismo nunca some. Vamos iniciar aqui uma coluna que vai falar só sobre esta atividade maldita e, ao mesmo tempo, encantadora, que é ficar horas, dias inteiros, semanas, meses, às vezes até anos viciado no mesmo objetivo: provar que somos melhores que um processador eletrônico, zerar jogos.

Tenho certeza que o caríssimo B.R. Alcantara, provavelmente até mais viciado que eu, porém em estilos de jogos diferentes, terá muito a acrescentar a esta coluna, que por motivos óbvios se chamará “No Vício”. Os lançamentos serão apresentados só pelo nome, os clássicos serão precedidos do selo *Grandes Jogos*, por uma questão de respeito.

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