terça-feira, 10 de março de 2009

Atlas Shrugged - Ayn Rand


Saiu no jornal inglês The Guardian: Atlas Shrugged, livro de Ayn Rand de 1957, vende mais durante a crise econômica.

Ayn Rand é uma autora muito famosa nos EUA, mas praticamente desconhecida por aqui, sem nenhum livro traduzido para o português. Nascida na Rússia em 1905, migrou para os EUA em 1926, e parece que levou muito a sério o "american way of life". Seus livros são uma vitrine para suas principais idéias, tais como indivudualismo extremo e capitalismo laissez-faire (rejeição de qualquer tipo de envolvimento do estado na vida econômica). Além disso, a distinta senhora se opunha a qualquer tipo de caridade ou auxílio aos mais pobres, apoiou Israel na guerra (agressão) contra os árabes em 1973 e declarava que a homossexualidade é imoral. Pelo menos era contra o racismo, ainda que pelo fato de considerá-lo a mais primitiva forma de coletivismo. Noam Chomsky a classificou como "uma das figuras mais perversas da história da intelectualidade moderna".

Atlas Shrugged (tipo "Atlas desdenhado", numa tradução pessoal) é uma ficção científica que se passa em um mundo onde as principais "mentes" dos EUA - inventores, industriais, investidores - abandonam a sociedade que suga seus rendimentos através de impostos. Furiosos por serem explorados pelo governo em benefício das massas, descritas como "parasitas" e "pedintes", eles se mudam para um campo nas montanhas do Colorado, pretegidos por um escudo holográfico. Sem seus "gênios", a economia entra em colapso e irrompe uma guerra. Os burocratas então são obrigados a negociar com os rebeldes para que a economia volte ao normal.

O livro atingiu picos de vendas no Amazon em momentos que coincidiam com as medidas tomadas por Barak Obama para a recuperação da economia. Só para fazer um paralelo, na época da crise de 1929, as idéias de outro livro também fizeram muito sucesso: "Minha Luta", de Adolf Hitler. Em 1933 ele chegou ao poder na Alemanha.

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