quarta-feira, 11 de março de 2009

Dois shows que eu não vou

Nesse fim-de-semana vão ocorrer dois shows no Rio que eu não vou, mas não pelo mesmo motivo.

No domingo se apresenta no Canecão uma das poucas bandas boas da atual geração (digo, formada há cerca de 10 anos), a Groundation, um grupo de reggae californiano que resgata a tradição roots da década de 70, uma raridade entre tudo que foi lançado nesse estilo nos últimos 30 anos. Comecei a ouvir esta banda por volta de 2006 e desde então venho acompanhando seu trabalho, e agora que eles vem para o Rio, não vou ao show. Falta de vontade não é, o preço é que é proibitivo para mim: R$ 80 o ingresso mais barato, R$ 160 o total com o da minha esposa, parcela significativa do orçamento doméstico que não podemos comprometer em duas horas de diversão efêmera, infelizmente. Com a meia-entrada até ficaria viável, mas de acordo com o site do Canecão, isto só é facultado para:

* Estudantes
* Idosos
* Deficientes Físicos
* Professores da Rede Municipal da cidade do Rio de Janeiro
* Menores de 21 anos.

Eu não me encaixo em nenhuma dessas categorias, logo não vou. Se o preço normal fosse o de meia (e o de meia fosse 1/4), eu iria me divertir, ficaria feliz e a casa ganharia mais R$ 80.

Se você tem condições de ir, recomendo, é uma ótima banda. Domingo, 15 de março, no Canecão. Quem não puder mas quer conhecer a banda, pegue os discos aqui.



Outro show que não vou será o do Iron Maiden, nem se fosse mais barato. Em minha opinião, o som dessa banda é ultrapassado, e o nome da turnê é totalmente apropriado: "Somewhere back in Time". Eu fui ao show deles em 96 ou 97, não me lembro bem. Contava ainda com um péssimo vocalista, o Blaze Bailey, e um dos shows de abertura foi da banda-farofa Skid Row, mas valeu pelo show do meio, do Motorhead. Mas eu tinha lá meus 15 anos, idade certa para curtir músicas que falam sobre diabo, medo de escuro, fantasma da ópera... Gosto é gosto, não se discute, quem ainda está na idade para curtir, ou já passou da idade e continua curtindo, que desembolse seus R$ 190 (ou R$ 95, pagando meia). Sábado, no Sambódromo (!). Mas uma coisa eu admito: as capas são e sempre serão muito boas, por isso coloquei a foto de vários Eddies ao invés dos feiosos da banda.



Eu era acostumado a ir a muitos shows por ano. Vi a última apresentação dos Ramones no Brasil (96), Smashing Pumpkins, Plant e Page, Sex Pistols, Bad Religion, Blur, Silverchair e mais uma porrada de bandas. Na década de 90 fui a todos os shows que eu quis, pagava R$ 15 pelo ingresso, e nem lembro se tinha esse negócio de meia-entrada. Mas aí o tempo foi passando, e sabe-se-lá-porque os preços subiram, às vezes mais de 1000% em menos de 10 anos - a inflação não deve ter chegado a 100% nesse período -, e parei de ir. Quer dizer, dá para entender porque os preços subiram sim, é só lembrar da lei mais básica da economia, oferta-procura. Tem otário que dá R$ 300 para ver o Bob Dylan, então vale tudo. Nos últimos anos vieram bandas que eu realmente queria ver, como o Jethro Tull, mas tive que me contentar em ficar em casa ouvindo meus cds. Hoje em dia, só shows de bandas brasileiras, que ainda não perderam a linha no preço. Tanto que os três últimos shows que fui foram: Pato Fu (2007, porque foi dentro de um evento de anime e estava incluido no preço do ingresso), Engenheiros do Hawaii (2005) e Cordel do Fogo Encantado (2003). Que pena para mim, que pena para a cultura no Brasil.

2 comentários:

  1. Mto bom post! Apesar que: Iron eu iria. Eles vieram a Manaus (moro em Belém) e quase vou lá assistir. Olha q tbm ja "passei" da fase, hj curto um Rockão mais tradicional! Mas Iron é Iron. É tipo meu grande ídolo dos cinemas, Stallone q nunca vai ficar ultrapassado!
    Abração.
    Stallone For Ever!
    Visitem tbm meu blog sobre o Stallone.

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  2. Valeu pelos comentários, Osmar. Mas você esqueceu de divulgar o endereço do seu blog pro pessoal visitar: http://www.stallone.com.br Taí a dica para todos os leitores.

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