A Morte dos Novos Deuses

Como todo mundo que acompanha quadrinhos sabe, hoje em dia está mais fácil achar Geléia de Gordura de Baleia e Caju Siberiano do que revista boa da DC Comics. Eu ainda tento, procuro com afinco, mas não encontro nada que preste publicado nos últimos três anos, no mínimo. Foi quando achei a série “A Morte dos Novos Deuses”, escrita pelo rei das sagas cósmicas Jim Starlin. Criador de obras fodas como Dreadstar e a Saga de Thanos, Jim Starlin é sempre uma alta probabilidade de estória decente, e apostei que seria uma boa conferir algo que poderia salvar um pingo de honra da DC dos velhos tempos.

A trama começa de forma intensa e intrigante: alguém, ou algo, está matando os Novos Deuses, personagens criados por Jack Kirby, uma lenda sagrada dos quadrinhos, na década de 1970, que vivem em outra realidade e são imortais (não mais) e cheios de poderes. Logo na primeira edição morre a Barda, ex-Liga da Justiça e mulher do Sr. Milagre, um dos personagens mais legais da DC. A partir de então, ele, Super-Homem e Orion (outro Novo Deus) começam a investigar os assassinatos.

Jim Starlin e personagens clássicos da DC, tinha tudo para ser uma ótima série... contanto que não tivesse sido escrita em tempos em que parece que tem caveira de burro enterrada debaixo da sede da DC... ou melhor, em tempos de chefia de Dan Didio na DC. Uma trama bem imaginada que começa muito bem e vai se perdendo através das oito edições, culminando em confusão narrativa e um final sem graça. Dava para ter um resultado parecido com Crise de Identidade, uma das últimas séries boas da DC – inclusive tem até uma semelhança entre as duas séries no início, e durante a investigação da cena do crime da morte da Barda, há referências à morte de Sue Dibny, esposa do Homem-Elástico, que acontece na primeira edição de Crise de Identidade.

Não que “A Morte dos Novos Deuses” seja podre como o que vem sendo publicado pela DC nos últimos anos, é simplesmente só mais uma decepção com a editora que um dia publicou Novos Titãs de Marv Wolfman e George Pérez, Batman de Frank Miller, Liga da Justiça de Keith Giffen e J.M. DeMatteis... Em breve isso deve ser lançado aqui no Brasil pela Panini, a editora que se dá ao trabalho de publicar coisas muito piores como “Ataque das Amazonas” (se você não conhece, nem queira saber do que se trata). A série toda aqui no Brasil deve sair em torno de uns 15 ou 20 reais, o suficiente para comprar em sebos obras clássicas de Jim Starlin como a coleção completa de Dreadstar, Odisséia Cósmica ou A Saga de Thanos.

Jim Starlin com um boneco pelo qual eu daria dois ou três dedos para ter em minha coleção.